Todo aroma, quando inalado, desperta uma emoção interior. As emoções evocados por esses aromas são individuais e específicos, pois a percepção é influenciada pela combinação de suas experiências passadas com as emoções e à sua reação ao aroma.
Uma Explicação da Inalação dos Óleos Essenciais:
Em pesquisa, foi observado que a ação sedativa e, também, a estimulante dos óleos essenciais são obtidas mais facilmente pela inalação do que através da pele.
O processo de inalação não é tão simples, e ele opera independente de nosso controle ou das outras funções do nosso corpo. Ao inalar, as moléculas do óleo essencial encontram o seu caminho no nariz, e daí elas seguem 2 vias:
· Rota 1 – Os Pulmões
Os O.Es. desencadeiam um efeito físico imediato sobre os pulmões, assim como são capazes de se transportarem, diretamente, para a corrente sanguínea, e daí para todo o corpo. Pelo fato desses óleos serem facilmente dispersos nos tecidos gordurosos, como os do sistema nervoso central (SNC), é facilitada a passagem dessas moléculas aromáticas do sangue para esses tecidos gordurosos. Uma vez no sangue, esses óleos podem produzir efeitos sobre qualquer órgão pelo qual eles passem. A ação desses óleos poderá ser percebida, até mesmo no caso de o órgão estar gozando de ótima saúde. Se alguma parte do corpo pela qual o sangue circule não estiver funcionando bem, os óleos essenciais poderão provocar um efeito benéfico (dependendo, é claro, de qual for esse mau funcionamento).
· Rota 2 – O Cérebro
Quando os óleos essenciais são inalados, as suas moléculas são levadas pelo ar diretamente para o alto do nariz, onde está situado o epitélio olfativo. Nessa delgada mucosa estão os cílios, receptores pequenos e delicados que são bastante parecidos com cabelos (cerca de 50 milhões) e é, justamente, nesse local que começa a troca de informação, uma vez que cada molécula detém uma mensagem e necessita transmití-la ao cérebro. Cada pequeno cílio possui um sem-número de diferentes padrões microscópicos de depressões, nas quais uma só molécula com a mesma forma e tamanho pode se encaixar, tal qual um serrote. Eis por que cada molécula inalada (quer seja de um óleo essencial ou de qualquer outro aroma) precisa encontrar o cílio exato, ou seja, aquele que possui a chave para destrancar a sua mensagem (Van Toller, 1993).
Tão logo a molécula perfumada se encaixa no cabelo olfativo, a sua mensagem aromática é transmitida por via do bulbo e do trato olfativo para a região do cérebro (chamado sistema límbico), que ativa a memória, os sentimentos e as respostas emocionais. Essas mensagens são convertidas em ação, que, de acordo com a situação, resulta na liberação da euforia, do relaxamento, da sedação ou das estimulações neuroquímicas (Price e Price, 1999, pág150).
Suzanne Fischer-Rizzi, em 1990, escreveu que o mecanismo regulador de nossa vida mais íntima encontra-se no interior do sistema límbico, que é a essência secreta do nosso ser. Nessa região, assentam-se a nossa sexualidade, os impulsos de atração e repulsão, o conjunto de nossas motivações e humores, a memória e a criatividade, e ainda o nosso sistema autônomo.
O fato de as moléculas não-aromáticas passarem acidentalmente pelo nariz não as torna capazes de encaixar-se nas depressões dos cabelos olfativos; nesse caso, o estabelecimento da sensação do olfato não será portanto possível.
O número de moléculas que chegam ao cérebro depende da qualidade da respiração:
· Assim, quando a respiração é normal, é pequena a quantidade de moléculas que atingem as células receptoras e o bulbo olfativo.
· Quando a respiração é profunda, ocorre um estímulo que carrega os óleos essenciais diretamente para o topo do nariz, fazendo com que uma quantidade maior de moléculas seja aprisionada pelos cílios; por consequência, o cérebro acaba apreendendo um aroma muito mais intenso.
Em função da comunicação direta existente entre o nariz e o cérebro, não resta dúvida de que a inalação é a rota mais rápida e eficaz para o tratamento dos problemas emocionais.
Podemos observar como os diversos aspectos de nossas vidas (saúde,temperamento, personalidade, estilo de vida, experiências passadas e aromas) podem interferir na nossa maneira de sentir e pensar,e, por conseqüência, em nossas emoções. Mas, na realidade, os aromas desempenham um papel muito maior do que aquele que imaginamos!
É extremamente difícil deixar de sentir um aroma, já que somos obrigados a respirar, e a respiração normalmente ocorre por intermédio do nariz. Até mesmo quando tentamos respirar apenas pela boca, uma parte do odor é absorvida pelo nariz, comprovando que os aromas se espalham e misturam-se facilmente com os outros odores. Uma vez no cérebro, eles agem imediatamente sobre o centro nervoso no topo do nariz (os cílios), propiciando uma reação emocional que tanto pode ser agradável como desagradável (Genders, 1972).
Uma pessoa pode sofrer de anosmia total, que é a incapacidade de não sentir nenhum aroma, assim como pode ser parcial na qual não são percebidos apenas determinados odores ou de anosmia temporária, geralmente causada por um forte resfriado ou por uma sinusite crônica, voltando ao normal quando a condição física é recuperada.
Mesmo que a pessoa não consiga catalogar o cheiro, ela pode se beneficiar com a inalação dos óleos essenciais, porque, como visto nas 2 rotas de inalação, não há impedimento para que os óleos sejam absorvidos e possam atingir o cérebro.
De acordo com as pesquisas referidas pela aromaterapeuta Shirlei Price, os aromas desencadeiam um efeito positivo nas pessoas, até mesmo:
Quando o aroma não é percebido;
Quando essas pessoas sofrem de anosmia;
Quando estão passando por uma anosmia temporária;
Quando estão dormindo.
Fonte: aromasearte.blogspot.com.br
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