LAVANDAS

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sábado, 7 de abril de 2018

MINISTÉRIO DA SAÚDE ANUNCIA AROMATERAPIA, FLORAIS E BIOENERGÉTICA ENTRE 10 NOVOS PROCEDIMENTOS NO SUS.



Conselho Federal de Medicina questiona adoção de novas terapias alternativas e diz que elas 'não têm base na medicina e são sem evidências'.

SUS passa a oferecer mais dez tipos de tratamentos alternativos

O Ministério da Saúde anunciou, na manhã desta segunda-feira (12), a inclusão de dez novas Práticas Integrativas e Complementares (PICS) para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Os tratamentos utilizam recursos terapêuticos, baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para curar e prevenir doenças, como depressão e hipertensão. Com as novas atividades, ao todo, o SUS passa a ofertar 29 procedimentos à população.

Segundo o ministro Ricardo Barros há doze anos o ministério contemplava somente cinco práticas.

"É prioridade não deixar que o país adoeça. Agora, o Brasil passa a contar com 29 práticas integrativas pelo SUS. Somos líderes na oferta dessa prática com 9350 estabelecimentos em 3173 municípios. Essas práticas são uma prevenção para que pessoas não fiquem doentes, não precisem de internação ou cirurgia, o que custa muito para o SUS. Vamos retomar nossas origens e dar valor à medicina tradicional milenar”, destacou Barros.

A informação foi divulgada durante a abertura do 1º Congresso Internacional de Práticas Integrativas e Saúde Pública (INTERCONGREPICS), realizada no Rio de Janeiro, no Riocentro.

Quanto ao atual problema com a importação de medicamentos para doenças graves e raras - alguns suspensos desde outubro de 2017– Barros disse que tem de respeitar o que determina a Justiça.

“O que há é que existe uma ampla concorrência entre laboratórios que estão em disputas judiciais. É uma disputa entre eles e o ministério não pode intervir. Estamos com os recursos consolidados, mas enquanto não termina essa disputa judicial, não podemos cancelar ou fazer novas licitações. Há necessidades, mas temos de agir no tempo da justiça”, disse Barros.

Confira cada uma das dez novas práticas:

Apiterapia – método que utiliza produtos produzidos pelas abelhas nas colmeias como a apitoxina, geléia real, pólen, própolis, mel e outros.

Aromaterapia – uso de concentrados voláteis extraídos de vegetais, os óleos essenciais promovem bem estar e saúde.

Bioenergética – visão diagnóstica aliada à compreensão do sofrimento/adoecimento, adota a psicoterapia corporal e exercícios terapêuticos. Ajuda a liberar as tensões do corpo e facilita a expressão de sentimentos.

Constelação familiar – técnica de representação espacial das relações familiares que permite identificar bloqueios emocionais de gerações ou membros da família.

Cromoterapia – utiliza as cores nos tratamentos das doenças com o objetivo de harmonizar o corpo.

Geoterapia – uso da argila com água que pode ser aplicada no corpo. Usado em ferimentos, cicatrização, lesões, doenças osteomusuculares.

Hipnoterapia – conjunto de técnicas que pelo relaxamento, concentração induz a pessoa a alcançar um estado de consciência aumentado que permite alterar comportamentos indesejados.

Imposição de mãos – cura pela imposição das mãos próximo ao corpo da pessoa para transferência de energia para o paciente. Promove bem estar, diminui estresse e ansiedade.

Ozonioterapia – mistura dos gases oxigênio e ozônio por diversas vias de administração com finalidade terapêutica e promove melhoria de diversas doenças. Usado na odontologia, neurologia e oncologia.

Terapia de Florais – uso de essências florais que modifica certos estados vibratórios. Auxilia no equilíbrio e harmonização do indivíduo.

CFM questiona
O Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que as práticas alternativas ou integrativas, como as aprovadas nesta segunda pelo ministério, "não têm base na medicina e são sem evidências". Segundo o presidente da entidade, Carlos Vital, os médicos só podem atuar "com procedimentos terapêuticos que têm reconhecimento científico".

"Nós não temos nenhuma prática alternativa que seja reconhecida pelo CFM. Há uma especialidade médica, a acupuntura, que é feita de maneira completamente diferente do que está colocado no SUS como uma prática integrativa. A prática da acupuntura como especialidade médica é feita com base em evidências científicas", disse Vital.

Segundo o CFM, essas práticas dentro do SUS "oneram o sistema e não deveriam estar incorporadas". O presidente da unidade chama a aplicação de verbas para a área de terapias alternativas de "desperdício".

Ministro cita Temer e é vaiado
O ministro foi vaiado e quase não conseguiu dar prosseguimento a seu discurso quando citou o nome do presidente Temer. Ele foi vaiado e ouviu gritos de “Fora Temer”. Ele finalizou seu discurso lembrando que a prioridade do ministério é buscar a informatização do SUS e depois a sua regionalização.

"Esse é o nosso desafio, ter conhecimento finque acontece no sistema e integrá-lo. Hoje o SUS só ocupa 60% dos leitos do país. Precisamos otimizar os serviços e valorizar os recursos humanos no SUS", disse o ministro.

Em 2006, quando foi criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) eram ofertados apenas cinco procedimentos. Após 10 anos, em 2017, foram incorporadas 14 atividades, chegando as 19 práticas disponíveis atualmente à população.

Veja abaixo a lista dos procedimentos que o SUS já oferece:
ayurveda
homeopatia
medicina tradicional chinesa
medicina antroposófica
plantas medicinais/fitoterapia
arteterapia, biodança
dança circular
meditação
musicoterapia
naturopatia
osteopatia
quiropraxia
reflexoterapia
reiki
shantala
terapia comunitária integrativa
termalismo social/crenoterapia e yoga

As terapias estão presentes em 9.350 estabelecimentos em 3.173 municípios, sendo que 88% são oferecidas na Atenção Básica.

Em 2017, foram registrados 1,4 milhão de atendimentos individuais em práticas integrativas e complementares. Atualmente, a acupuntura é a mais difundida com 707 mil atendimentos e 277 mil consultas individuais.

Por: Alba Valéria Mendonça, G1 Rio

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