LAVANDAS

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domingo, 1 de outubro de 2017

COMO OS ÓLEOS ESSENCIAIS CAEM NA CORRENTE SANGUÍNEA.


Portas de entrada para os óleos essenciais (OE) chegarem à corrente sanguínea
Existem 4 formas:
- Inalação
- Dermal (via cutânea)
- Aplicação retal e vaginal
- Ingestão
Cada um dos métodos de aplicação têm seu próprio processo fisiológico, e também vantagens e desvantagens

- INALAÇÃO
Inalação pode ser o método de uso de medicamentos mais antigo e mais completo que existe.
Provavelmente este seja o método mais rápido para a introdução dos óleos essenciais na corrente sanguínea, que se dá através da troca gasosa nos pulmões.
Quando inalados, seus componentes viajam para os pulmões, chegando aos alvéolos, de onde são facilmente transportados para a corrente sanguínea. As substâncias aromáticas podem ser inaladas de forma direta ou indireta: colocando algumas gotas do OE em um lenço de tecido, no algodão, em inalador pessoal, no difusor de ambiente e ou mesmo em uma bacia de água quente. Esta forma de uso favorece o acesso dos OE direto as células cerebrais, evitando assim, a barreira hemato-encefálica, com isto, evitando efeitos colaterais. O indivíduo ao inalar um OE seu corpo receberá os benefícios de suas moléculas aromáticas por duas vias - olfativa e respiratória - como seguem:
Nariz -> Sistema olfativo -> corrente sanguínea -> Sistema nervoso (límbico - hipotálamo, amígdalas cerebelosa, hipocampo - e cortex cerebral) -> Sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático) -> Sistema endócrino (liberação de hormônios) -> consciência -> emoções -> memória
Pulmões -> corrente sanguínea -> tecidos e orgãos do corpo -> eliminação (rins, pulmões e pele).

- DERMAL
Os OE penetram a pele, em parte porque são solúveis em gordura, e, também pela difusão, pois se transforma em gás. Seu peso e tamanho molecular facilita sua penetração na pele, que faz passagem para a corrente sanguinea através dos poros, das glândulas sudoriparas e dos folículos pilosos.
De acordo com Jane Buckle existem dois processos de que envolvem a absorção tópica: penetração e permeação.
Qual a diferença entre penetração e permeação:
Penetração - as substâncias aromáticas atingem a camada córnea/Epiderme
Permeação - as substâncias aromáticas atingem a derme
Absorção - as substâncias atingem a corrente sanguínea.​
De acordo com Tisserand & Young 2013 a quantidade de substância aromática que permeia a pele é relacionada:
A) a permeabilidade da pele
b) a concentração de substâncias
Isto quer dizer que se os OE são diliuídos em substâncias com baixa permeabilidade, sua absorção será reduzida, ou seja, OE diluídos em óleo vegetal são absorvidos mais lentamente do que o OE aplicado puro. Tisserand afirma que a oclusão (emulsões cremosas, com óleos vegetais na composição) melhora a penetração e previne a evaporação dos OE.
Uma busca rápida no PubMed mostra que somente em 2014 foram publicados 28 estudos sobre o assunto, isto prova o grande interesse sobre esta forma de penetração dos OE na corrente sanguínea, e que se mostra cada vez mais utilizada para a prática da Aromaterapia Clínica.
Concluindo, de acordo com várias pesquisas e autores, muitos constituintes aromáticos são capazes de atravessar a barreira da pele o estrato córneo (camada mais externa da pele) para a epiderme, podendo ficar estocados nesta área por 72 horas, ou, chegar a derme e daí então, acessar a corrente sanguínea e entregar suas propriedades terapêuticas para o corpo do indivíduo.
O caminho que o OE percorre via pele é basicamente este:
Dermal -> corrente sanguínea (sistema de transporte) -> tecidos e orgãos do corpo -> eliminação via rins, pulmões e pele (glândulas sudoriparas).
A metabolização dos OE por este método, via dermal, é mais segura para o corpo, comparada com a metabolização via oral.

- APLICAÇÃO DUCHA OU CREME VAGINAL E RETAL
Método de uso interno por estes métodos é altamente indicado quando ocorrer infecção vaginal como no caso da Candida Albicans, os OE podem ser bastante indicados.
A rota vaginal tem vantagem distinta para o tratamento ginecológico ou condições urinária, pelo simples fato das substâncias aromáticas serem absorvidas diretamente pelo tecido da mucosa vaginal.
Os OE são eficientes agentes terapêuticos para uso retal para tratar infecção ou inflamação. Supositório retal tem sido usado com sucesso para tratar bronquites, síndrome do intestino irritado; e diluídos em creme para tratar hemorroida.

- INGESTÃO
Quando os OE são administrados via oral é essencial e de suma importância que o profissional conheça a fundo sua composição química, não podemos dizer que não se pode ingerir, pelo fato de conter componentes químicos altamente potentes, estes componentes são, muitas vezes extremamente eficazes em certas situações.
Conhecer a fundo a composição química significa simplesmente ter conhecimento adequado da força de concentração da natureza medicinal do OE. A via oral pode ser segura para uso desde que o profissional tenha sido treinado de forma apropriada, e, desde que a dosagem seja cuidadosamente medida. Lembrando que nem todos os OE são seguros para ingestão, o hyssop (Hyssop officinalis) é um deles.
No Reino Unido, O The Royal College of Nursing aceita todos os métodos de aromaterapia como parte dos cuidados da enfermagem, menos a via oral. Muitos estados americanos, também aceitam agora a pratica da Aromaterapia nos cuidados da enfermagem, mas, como no Reino Unido, a via oral não é aceita.
​Veja o caminho que o OE percorre quando administrado via oral:
Ingestão -> estômago -> intestino delgado -> fígado -> circulação sanguínea -> tecidos e orgãos -> intestino grosso -> eliminação (rins, pulmões, pele e intestino grosso).
Robert Tisserand & Young (2013) alertam que OE com alta porcentagem de Fenóis devem ser sempre diluídos em cápsulas gelatinosas, isto para evitar irritação da mucosa do estômago. Segundo os autores, a sinergia para uso via oral deve ser diluída em óleo vegetal.
De acordo com Jane Buckle a apreensão para o uso dos OE via oral se baseia em três questões:
Falta de conhecimento adequando
Receio do envenamento
Preocupação com litígios, porque o uso oral de óleos essenciais, em muitos países é visto como uma medicina que é praticada sem licença.
Certamente, educação é vital. Tisserand & Young aponta: "Os médicos que defendem a via oral estão frequentemente tratando doenças infecciosas e que requer dosagem pesada... Portanto, somente os profissionais que estão qualificados para diagnosticar, treinados para pesar benefícios e riscos, e com conhecimento da farmacologia, estão aptos a prescrever óleos essenciais pela via oral".
Como ficou claro, cuidados devem ser tomados ao fazer uso dos OE via oral.
Fonte: Vera Guedes.

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