Vitis
vinifera é a espécie de videira (Vitis sp.) mais cultivada para a produção do
vinho na Europa. Esta trepadeira da família das vitáceas, cujo fruto é a uva,
foi cultivada por várias civilizações europeias desde há milhares de anos, o
que originou dezenas de variedades, as denominadas castas, por meio de seleção
artificial. Originária da Região do Mediterrâneo até o sul da Alemanha, a Vitis
vinifera é cultivada em todas as regiões de clima temperado, fazendo da
produção de vinho uma das atividades mais antigas da civilização, desde o
período neolítico.
A
atividade da viticultura sempre foi carregada de simbologia na tradição
ocidental. Para judeus e cristãos, a videira representa o povo (de quem Deus
cuida, assim como o homem cuida da videira), e as uvas simbolizam as promessas
de Deus. Nos tempos do Antigo Testamento, uvas e vinho eram levados ao altar na
celebração das colheitas, e o vinho (suco fermentado da uva) era parte
integrante das ofertas de sacrifício no templo. Na Bíblia o vinho é símbolo de
alegria e de plenitude de dádivas de Deus, sendo inclusive indicado “para
alegrar a vida”.
No
Novo Testamento, o vinho adquiriu significado especial para a celebração e fé
cristãs, nas parábolas de Jesus e nos textos de instituição da Santa Ceia. No
Evangelho de Lucas, encontramos a mistura de óleo e vinho com função curativa.
A
uva (Vitis vinifera, L.), ao lado do pão, é considerada um dos símbolos da
alimentação humana. Já existiam representações egípcias da colheita da uva e do
fabrico do vinho em 3.500 a.C. A videira atingiu grande importância na cultura
greco-romana, que a difundiu por toda a região da Ásia Menor e Europa. Na Idade
Média surgiram na Europa importantes centros vinícolas, vários destes ligados a
mosteiros, que deram suas contribuições para o melhoramento das técnicas de
cultivo da uva e produção de vinho. A viticultura foi posteriormente levada por
imigrantes europeus para a América e demais continentes.
Planta
trepadeira com gavinhas bem desenvolvidas; tronco lenhoso contorcido, que pode
chegar até 35 metros de comprimento (dependendo da espécie). Para fins
comerciais não passa de 3 metros (poda produtiva); folhas alternas, pecioladas,
flores pequenas de cor esverdeada; frutos em bagas reunidos em cachos, sendo
que cada fruto possui duas ou quatro sementes (ou ausentes).
São
mais de 8.000 espécies de uvas, entre silvestres (selvagens) e viníferas
(cultivadas). Sendo que as partes utilizadas são: folhas, frutos e sementes
(óleo).
Porém,
por volta de 1980, grande destaque na mídia passou a ser dado para as possíveis
correlações entre consumo de suco de uva e vinho com a saúde humana,
verificadas a partir de estudos científicos envolvendo populações consumidoras
das bebidas. A partir de então a uva vem sendo estudada em todo o mundo, e o
vinho entrou para a lista dos chamados “alimentos funcionais”, consumidos com a
finalidade de prevenir doenças e manter a saúde.
Vários
compostos vêm sendo descritos na literatura, presentes na uva e
consequentemente nos vinhos, aos quais se atribuem diversas ações
farmacológicas.
E
como as doenças cardiovasculares apresentam-se como uma importante causa de
mortalidade em todo o mundo é natural o interesse da ciência e da mídia, diante
da possibilidade de prevenção através de medidas que incluem a adoção de
hábitos alimentares saudáveis e prática de exercícios físicos.
Há
evidências de que o consumo regular de vinho tinto, dentro de certos limites, é
capaz de prevenir doenças cardiovasculares e assim contribuir para aumentar a
longevidade humana, por mecanismos ainda não totalmente esclarecidos.
O
dano produzido pelos radicais livres nas moléculas tem sido associado ao risco
elevado de desenvolvimento de doenças crônicas, como o câncer e doenças
cardiovasculares.
A
uva (Vitis vinifera L.) é rica em compostos fenólicos como ácidos fenólicos, os
polifenóis e flavonóides (flavonas, flavanonas, flavonóis, catequinas e antocianinas)
que protegem contra a oxidação do LDL colesterol através da redução de radicais
livrres, quelação de íons metálicos e regeneração de alfa ocoferol. Atuam
também contra radicais livres, alergias, inflamações, úlceras, virose, tumores
e hepatotoxinas. Inibem agregação plaquetária, reduzindo as cardiopatias e
tromboses e a síntese de estrógeno.
Possuí
grande quantidade de Resveratrol, um polifenol com forte ação antioxidante.
Este tem sido o responsável pelos efeitos benéficos cardiovasculares associados
ao consumo de vinho. Compostos fitoquímicos presentes na Vitis vinifera podem
suprimir a aterosclerose, sem afetar as concentrações de lipídeos sanguíneos e
apresentam inúmeros efeitos biológicos como ação antitumoral, antiinflamatória
e antiagregante plaquetária, o que lhe torna capaz de inibir a aterosclerose.
O
Resveratrol é sintetizado por vegetais em resposta a condições adversas como
estresse, radiação UV e infecção por fungos.
Rocha,
2010 analisou os efeitos do Resveratrol sobre o perfil lipídico e estresse
oxidativo séricos em ratos submetidos à dieta hipercalórica utilizando 24
ratos, divididos em 3 grupos: C (controle) que recebeu dieta padrão e água, R
que recebeu dieta padrão e Resveratrol, H que recebeu dieta hipercalórica e
água até o 30° dia, quando foi submetido dividido em 2 grupos: H que manteve a
mesma dieta e HR que incluiu o Resveratrol, por mais 15 dias.
Ao
término do período experimental, 45 dias, o grupo HR apresentou redução na
glicemia (em jejum) quando comparado ao grupo H, evidenciando uma possível ação
hipoglicemiante do Resveratrol em condições de elevada ingestão calórica.
Houve
também redução nas concentrações de lipídeos e elevação nas substâncias
antioxidantes totais nos animais dos grupos R e HR comparados ao C e H
respectivamente. Concluiu-se que a administração de Resveratrol induziu efeitos
benéficos no estresse oxidativo hepático independente da dieta utilizada.
A
semente da uva é rica em proantocianidinas que atuam diminuindo a
permeabilidade capilar, aumentando sua resistência e melhorando a circulação
periférica. As proantocianidinas têm sido utilizadas em enfermidades vasculares
como insuficiência venosa, varizes, problemas microvasculares e retinopatias.
Experimentos
realizados em ratos, com lesão renal aguda, utilizando extrato da semente da
uva rico em proantocianidinas, mostrou melhora da função renal e redução dos
níveis de peroxidação lipídica nestes animais.
Propriedades
A
antocianidina atua promovendo a redução da pressão arterial por inibição da
enzima conversora de angiotensina I em II, além de melhorar a contratilidade
cardíaca e a redução de arritmias durante um processo experimental de isquemia.
Diminui
a agregação plaquetária pela ação do Resveratrol, evitando a formação de
trombos e, portanto reduzindo a incidência de acidentes vasculares como infarto
e o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Apresenta ação vasoprotetora.
Aumenta
o HDL e diminuem o colesterol total e as lipoproteínas de baixa densidade
(LDL).
As cascas e sementes,
principalmente das uvas roxas ou vermelhas, possuem mais de 20 substâncias
antioxidantes conhecidas, entre elas o resveratrol e a quercetina. Apresenta
atividade antioxidante, eficaz quanto à capacidade de captar radicais livres e
de inibir a peroxidação lipídica, graças à ação das antocianidinas que inibem a
formação de proteases e antielastases que culminariam com a destruição dos
tecidos endoteliais e elásticos dos vasos.
As procianidinas apresentam
ainda efeito protetor contra estresse oxidativo e aumenta a atividade
antioxidante do plasma. As procianidinas apresentam efeito preventivo contra
catarata e câncer de colon.
A melhora da insuficiência
venosa crônica, evidenciada pela melhora subjetiva de sintomas associados
(parestesias e dores).
Em
conjunto com a Centella asiática apresenta-se útil na redução de linfedemas.
Os taninos encontrados em
sementes de Vitis vinifera reduzem o nível de glicose no sangue. Induzem a
regeneração de células ?-pancreáticas (epicatequina) que inibem a absorção da
glicose no intestino (catequina) e aumentam a síntese de glicogênio hepático
(galato epicatequina).
Ações
Terapêuticas:
Vasoprotetora
e antiagregante plaquetária; Antioxidante; Antihepatotóxico; Antitumoral; Antiinflamatório;
Hipolipemiante
Antiviral;
Captador de radicais livres de oxigênio; Proteção em relação à aterosclerose
Indicação:
- As folhas são indicadas como venotônicas,
vasoprotetoras, adstringentes e diuréticas;
-
O chá refresca o intestino, relaxa os nervos e tonifica o coração. Possui ação
antidiarréica, hemostática (combatem os sangramentos), antianêmica (ricas em
ferro, além de estimular a produção dos glóbulos vermelhos), depurativa e
tônica.
-
O fruto tem ação antioxidante, vitamínico e reconstituinte com muitas
propriedades medicinais. Atua sobre o fígado, rim e intestino, devido a
presença de sais de potássio, substâncias pécticas e tartaratos o que lhe
confere efeito desintoxicante.
-
O suco de uva natural é indicado para fadiga, convalescença, anemias,
alcalinizar o sangue acidificado pelo excesso de carnes, desintoxicação,
deficiência de vitamina C e minerais.
Posologia:
.
Chá: infusão a 2,5 % das folhas (plantas secas) e 5-10% (plantas frescas): 5 a
10 mL/kg/dia em 3 ou 4 tomadas ou mais frequente nos casos agudos.
.
Extrato fluido (1:1): 0,5 a 2 gotas/kg/dia, em 3 ou 4 tomadas ou mais frequente
se necessário nos casos agudos.
.
Tintura (1:5): 1 a 4 gotas/kg/dia, em 3 ou 4 tomadas ou mais frequente nos
casos agudos.
.
Sucos da fruta (natural e orgânico): 2 a 4 copos dia.
.
Extrato seco (5:1): 150 a 300 mg/dia, em 3 ou 4 vezes ou mais frequente nos
casos agudos.
Reações
Adversas
Precauções:
Não consumir este produto em
caso de gravidez ou amamentação. Pessoas com qualquer problema de saúde consultar
seu médico antes de consumir o produto.
Fontes:
Laszlo, Wikipédia,
Acauan,
Ana Paula Super molécula Resveratrol, encontrada na uva, pode prevenir doenças.
Revista da PUC RS ano XXX, nº 133, mar – abr 2007.
Rocha,
K. K. H. R. Efeitos do Resveratrol, polifenol da uva, sobre metabolismo basal e
hepático, estresse oxidativo e perfilo lipídico em ratos submetidos a dieta
rica em sacarose e sua associação ao consumo de etanol. UNESP, Botucatu, 2010.
Schleier,
Rodolfo Constituintes fitoquímicos da Vitis vinifera. Faculdade de Ciências da
Saúde, São Paulo, 2004.
Vitis
vinifera – Palestras. Disponível em http://www.reservaecocerradobrasil.org/pdf/Vitis.pdf
ATENÇÃO:
ESTE TEXTO TEM CARÁTER INFORMATIVO. NÃO USE PLANTAS MEDICINAIS OU MEDICAMENTOS
SEM O CONHECIMENTO DO SEU MÉDICO.
“SE
PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.”
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