LAVANDAS

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sábado, 2 de setembro de 2017

ÓLEOS ESSENCIAIS COM POTENCIAL ANTIVIRAL EM DOENÇAS DE PELE


As infecções virais são uma ameaça mundial, em primeiro lugar devido à falta de tratamentos efetivos disponíveis e em segundo lugar devido à resistência. Os óleos essenciais são uma fonte potencial para novos medicamentos nesse quesito. Certos óleos essenciais já exibiram atividade antiviral anteriormente, com os melhores inibidores atuando especificamente nas etapas envolvidas na biossíntese viral. Estes funcionam inibindo a replicação, limitando assim a produção de progênies virais. É vantajoso que o ciclo de replicação viral consista em uma sequência complexa de diferentes etapas, porque isso aumenta as chances de interferência dos agentes antivirais.
Menos da metade dos óleos essenciais recomendados para infecções de pele tiveram sua atividade antiviral estudada. O vírus mais estudado é o vírus do herpes simples (HSV) e o óleo essencial mais estudado é o de M. alternifólia (Tea Tree).
Os estudos antivirais englobam um extenso processo no qual a citotoxicidade e a atividade antiviral precisam ser determinadas. A atividade antiviral geralmente é testada através de ensaios de redução de placa em células Vero (células verdes do rim de macaco africano) infectadas com o vírus. Este ensaio determina a concentração efetiva que inibe 50% do crescimento do vírus (IC50). O indicador seletivo ou índice de seletividade é calculado com a equação de CC50/IC50. Um óleo essencial com um valor SI superior a quatro é considerado apropriado como agente antiviral4,5. Além dos critérios que estão sendo feitos para o SI, nenhum critério para o IC50 foi feito. De acordo com os resultados analisados, um valor do IC50 inferior a 0.0010% ou 1,00 μg / mL deve ser considerado como notável.
Os óleos essenciais recomendados na literatura da aromaterapia, com evidências corroborantes in vitro, incluem Citrus limon (limão), Lavandula latifolia (lavanda), M. piperita (hortelã-pimenta), Santolina insularis (santolina), M. alternifólia (Tea tree), E. globulus (Eucalipto Globulus) e S. officinalis (sálvia). Destes óleos, os três últimos não são idealmente adequados para uso antiviral contra o HSV-1, devido, em primeiro lugar, aos seus valores mais fracos do que o recomendado de IC50 (menos de 0.0010% ou 1.00 μg/mL) e também ao seu baixo índice de seletividade (abaixo de 4) . Os óleos essenciais que ainda serão estudados, de acordo com a literatura, incluem C. zeylanicum (canela), C. bergamia (bergamota), Pelargonium odoratissimum (gerânio) e Tagetes minuta (calêndula mexicana).
Em um pequeno estudo piloto constituído por 18 pacientes submetidos a um tratamento de herpes labial recorrente, um gel com óleo de M. alternifolia a 6% aplicado cinco vezes ao dia foi comparado a um gel placebo9. A reepitelização ocorreu após nove dias no grupo de teste em comparação ao grupo placebo, onde a reepitelização ocorreu somente após 12,5 dias. Millar e Moore10 realizaram um estudo de caso de um paciente com seis verrugas recorrentes (papiloma vírus humano) após inúmeros tratamentos com 12% p/p de ácido salicílico e ácido láctico (4% p/p) por várias semanas. O tratamento alternativo consistia em 100% de óleo tópico de M. alternifolia aplicado todas as noites imediatamente após o banho e antes de dormir. Após cinco dias, observou-se uma redução significativa no tamanho da verruga e, após sete dias adicionais, todas as verrugas foram eliminadas, com reepitelização completa das áreas infectadas e sem recorrência. O principal déficit dos dois estudos é o tamanho pequeno da amostra. Também deve-se recomendar que qualquer ensaio envolvendo agentes patogênicos virais inclua um acompanhamento durante um, dois e seis meses após a interrupção do tratamento, e isso deve-se à tendência desses agentes a permanecer adormecidos por um período prolongado. Pode-se, então, observar o quão eficaz o óleo essencial pode ser em efeitos a longo prazo.
Os vírus não desenvolvidos (como, por exemplo, o vírus HPV) até agora têm demonstrado ser mais resistentes aos óleos essenciais em comparação com os vírus envolvidos (HSV) que são mais suscetíveis aos óleos essenciais que poderiam dissolver a membrana lipídica. Estudos com óleos essenciais contra vírus estão claramente em falta. O vírus mais estudado é o HSV, que é um dos mais prevalentes, e o óleo essencial mais estudado é o de M. alternifolia. Embora numerosos estudos tenham demonstrado a eficácia do óleo de tea tree, o problema consiste no fato de que estes estudos foram feitos comparando o óleo com um placebo, que tente a exibir atividade pobre.
Embora estes estudos demonstrem alguma atividade antiviral, outros patógenos (por exemplo, varicela zoster, herpes zoster, papiloma vírus humano e Molluscum contagiosum) associados a infecções da pele foram claramente negligenciados e justificam a necessidade de estudos adicionais.
Extraído de: Orchard A, van Vuuren S. Commercial Essential Oils as Potential Antimicrobials to Treat Skin Diseases. Evid Based Complement Alternat Med. 2017;2017:4517971.
Tradução: Cecília Barbosa – Editora Laszlo
Fonte: Alessandra Abreu (Pria)

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