LAVANDAS

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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

ÓLEO ABSOLUTO DE LÁDANO “CISTO” – Cistus ladaníferus – CISTACEAE


Nome científico: Cistus ladaniferus
Origem: Espanha
Parte: Resina
Método: Solvente

Nome vulgar: Esteva; Estêva; Ládano; Lábdano; Xara
Família botânica: Cistaceae.
Nome científico: Cistus ladanifer.
Distribuição Geral: Sul de França, Península Ibérica, Noroeste de África e ilhas da Macaronésia.
Distribuição em Portugal: dispersa praticamente por todo o território continental, com especial intensidade sobre solos ácidos das zonas mediterrânicas.
Habitat: matos e matagais, muitas vezes sobre solos pobres, em climas secos e quentes. Pode formar densos estevais em zonas ardidas e perturbadas.
Floração: maio a junho.

Características:
Planta perenifólia de crescimento rápido. Trata-se de um arbusto ereto, podendo atingir os dois metros de altura. É viscosa, dado segregar uma resina intensamente aromática com características medicinais, apelidada de ládano ou lábdano, o que está na origem do seu nome específico. Possui folhas lanceoladas, opostas, sésseis (sem pedúnculo) e lustrosas. A parte superior das folhas, brilhante e sem pelos é verde escura. A página inferior é mais clara devido aos pelos que a cobrem. Possui flores grandes (8 a 10 cm de diâmetro) com cinco pétalas curiosamente engelhadas. Existem exemplares que exibem uma mancha escura na base das pétalas brancas, enquanto outros têm as pétalas totalmente brancas, podendo as duas formas ocorrer no mesmo local.

O fruto é uma cápsula globosa com vários compartimentos. Este fruto lembra um pequeno cesto,“ciste” em grego, palavra que derivou para o latim e deu o nome ao género cistus.
Caraterística das paisagens mediterrânicas, a esteva dispersa pelo ar o seu forte e inconfundível aroma. É um arbusto vistoso e ornamental, pouco exigente em termos nutricionais. Pode ser usada em locais solarengos, em jardins rústicos, rochosos ou não. Fomenta a biodiversidade no jardim por atrair uma grande variedade de insetos. Não reage muito bem ao corte de ramos, particularmente nos indivíduos mais velhos. É igualmente sensível a perturbações nas suas raízes.




LÁDANO: O CHEIRO DOS FARAÓS
O ládano é uma resina extremamente aromática secretada pelo arbusto do cisto (Cistus ladanifer) que cresce espontaneamente em toda região mediterrânea sendo conhecido também como rock rose ou esteva (não é a Stevia dos adoçantes) e que possui um aroma que tem fascinado as pessoas por muitos séculos.

Nos tempos antigos, o ládano era coletado penteando as barbas e pelos das pernas de cabras e ovelhas que haviam pastado onde cresciam arbustos de cisto. A resina exsudada pela planta gruda facilmente nos pelos dos animais de onde pode ser retirada.

No século XIX, em Creta, começou a ser empregado um instrumento de madeira, chamado de ladanisterião que era uma espécie de ancinho com faixas de couro fixadas na ponta em invés de dentes, usado para varrer os arbustos e recolher a resina para ser posteriormente extraída. Até os dias de hoje, este instrumento é empregado para extração por pastores da Grécia e Turquia.

Percy Newberry, um especialista do antigo Egito, especulou que a barba falsa usada por Osíris e faraós, presa ao queixo, pode ter originalmente representado uma barba de cabra  carregada de ládano. Também acredita-se que esta barba postiça continha em seu interior resina de ládano que deixava o faraó inundando com esse perfume.

Um dos instrumentos carregados pelo faraó era a nekhakha, um tipo de flagelo com três vertentes. Sua forma era claramente cerimonial, mas provavelmente derivada do ladanisterião usado para recolher o ládano dos arbustos de cisto que poderia então ser usado na preparação de incensos, como, por exemplo, as misturas do kyphi, antigo incenso egípcio.

O fato é que o ládano, desde o antigo Egito, é relacionado com a espiritualidade e representa força, poder e imponência. Seu aroma animálico e ambarado, sempre foi muito valorizado na perfumaria principalmente por sua semelhança com o ambar-gris das baleias e o almíscar do veado (musk). Por essas razões, é considerado também um produto de grande poder afrodisíaco quando empregado como perfume ou em óleos de massagem.

Da mesma planta, pode-se obter um absoluto extraído com solvente da resina, aqui falado e comercializado simplesmente como ládano, ou o óleo essencial obtido pela sua destilação e vendido sob o nome de cisto. A composição de ambos é diferente, pois muitas moléculas densas do ládano não evaporam, não indo a seu óleo essencial. O fato é que este absoluto obtido da lavagem com solvente das resinas coletadas com o ladanisterião, possui um aroma muito mais rico e penetrante que o próprio óleo essencial. Fortalece a autoestima e autoconfiança de quem o usa de forma similar ao poder que conferia aos faraós. É considerado o aroma da transformação, pois alcança profundamente no subconsciente memórias, sentimentos e humores que precisam ser revistos para uma mudança radical na vida.

Tradicionalmente foi, e ainda é usado, principalmente na região mediterrânea, para tratar resfriados, tosse, problemas menstruais e reumatismo. Seus vapores aquecem o pulmão, tonificam o corpo e o revitalizam em fases de fadiga.

Para a pele é um produto cosmecêutico fantástico, pois é rico em inúmeros princípios ativos antioxidantes como apigenina, kaempferol, ácido labdanólico, entre outros, que lhe conferem ação antienvelhecimento. Também possui potencial anticancerígeno, qualidades anti-inflamatórias, antimicróbicas de amplo espectro (mata bactérias, vírus, fungos), cardioprotetoras e antialérgicas (útil nas rinites quando inalado), além de ser relaxante do sistema nervoso central 2,3,6,7 (ansiedade e insônia) .

Curiosamente, o ládano é o antídoto natural nas cabras contra a doença de lyme ou Borreliose, transmitida pela picada de carrapatos. Um estudo mostrou que sua ingestão alivia as dores e in vitro mostrou ter uma capacidade antibacteriana extremamente elevada contra a 4 Borrelia burgdorferi, causadora da doença . Também mostrou potencial considerável frente a 5 leishmaniose, indicando seu grande valor terapêutico.

Cistus ladanifer é uma espécie de planta com flores da família Cistaceae.
Os seus nomes comuns são esteva, xara, cerguaço, esteva-de-flor-toda-branca, esteva-do-ládano, esteva-lada, esteva-ordinária, estevas, estevão, lada, ládano, ledon, ládano-de-espanha, estêva, lábdano ou roselha.

É nativa da parte ocidental da região mediterrânica, crescendo espontaneamente desde o sul de França a Portugal e no noroeste de África. O nome do género da esteva - Cistus - provém de os seus frutos serem cápsulas globosas com 7 a 10 compartimentos. Etimologicamente vem do grego "ciste", que significa caixa, cesto.


É um arbusto que atinge 1-2,5 m de altura e de largura. As folhas são persistentes, lanceoladas, com 3–10 cm de comprimento e 1–2 cm de largura, verde escuro na face superior e mais claro na inferior. As flores têm 5–8 cm de diâmetro, com 5 pétalas brancas finas, normalmente com um ponto vermelho a castanho na base de cada uma, rodeando os estames e pistilos amarelos. Toda a planta se apresenta recoberta com um exsudado de resina aromática.

As folhas libertam uma resina aromática, o ládano ou lábdano, usado em perfumes, especialmente como fixador.

O epíteto específico da esteva "ladanifer" vem do fato de ela produzir a resina denominada ládano cuja abundância lhe permite competir com outras espécies visto que parece inibir o crescimento destas - esta estratégia é denominada alelopatia. A resina serve também para proteger a planta contra a dissecação.



Fontes:  Fábián László, Wikipédia, Jardim Autoctone.

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