Nome
científico: Cistus ladaniferus
Parte:
Resina
Método:
Solvente
Nome
vulgar: Esteva; Estêva; Ládano; Lábdano; Xara
Família
botânica: Cistaceae.
Nome
científico: Cistus ladanifer.
Distribuição
Geral: Sul de França, Península Ibérica, Noroeste de África e ilhas da
Macaronésia.
Distribuição
em Portugal: dispersa praticamente por todo o território continental, com
especial intensidade sobre solos ácidos das zonas mediterrânicas.
Habitat:
matos e matagais, muitas vezes sobre solos pobres, em climas secos e quentes.
Pode formar densos estevais em zonas ardidas e perturbadas.
Floração:
maio a junho.
Características:
Planta
perenifólia de crescimento rápido. Trata-se de um arbusto ereto, podendo
atingir os dois metros de altura. É viscosa, dado segregar uma resina
intensamente aromática com características medicinais, apelidada de ládano ou
lábdano, o que está na origem do seu nome específico. Possui folhas
lanceoladas, opostas, sésseis (sem pedúnculo) e lustrosas. A parte superior das
folhas, brilhante e sem pelos é verde escura. A página inferior é mais clara
devido aos pelos que a cobrem. Possui flores grandes (8 a 10 cm de diâmetro)
com cinco pétalas curiosamente engelhadas. Existem exemplares que exibem uma
mancha escura na base das pétalas brancas, enquanto outros têm as pétalas totalmente
brancas, podendo as duas formas ocorrer no mesmo local.
O
fruto é uma cápsula globosa com vários compartimentos. Este fruto lembra um
pequeno cesto,“ciste” em grego, palavra que derivou para o latim e deu o nome
ao género cistus.
Caraterística
das paisagens mediterrânicas, a esteva dispersa pelo ar o seu forte e
inconfundível aroma. É um arbusto vistoso e ornamental, pouco exigente em
termos nutricionais. Pode ser usada em locais solarengos, em jardins rústicos,
rochosos ou não. Fomenta a biodiversidade no jardim por atrair uma grande
variedade de insetos. Não reage muito bem ao corte de ramos, particularmente
nos indivíduos mais velhos. É igualmente sensível a perturbações nas suas
raízes.
LÁDANO:
O CHEIRO DOS FARAÓS
O
ládano é uma resina extremamente aromática secretada pelo arbusto do cisto
(Cistus ladanifer) que cresce espontaneamente em toda região mediterrânea sendo
conhecido também como rock rose ou esteva (não é a Stevia dos adoçantes) e que
possui um aroma que tem fascinado as pessoas por muitos séculos.
Nos
tempos antigos, o ládano era coletado penteando as barbas e pelos das pernas de
cabras e ovelhas que haviam pastado onde cresciam arbustos de cisto. A resina
exsudada pela planta gruda facilmente nos pelos dos animais de onde pode ser
retirada.
No
século XIX, em Creta, começou a ser empregado um instrumento de madeira,
chamado de ladanisterião que era uma espécie de ancinho com faixas de couro
fixadas na ponta em invés de dentes, usado para varrer os arbustos e recolher a
resina para ser posteriormente extraída. Até os dias de hoje, este instrumento
é empregado para extração por pastores da Grécia e Turquia.
Percy
Newberry, um especialista do antigo Egito, especulou que a barba falsa usada
por Osíris e faraós, presa ao queixo, pode ter originalmente representado uma
barba de cabra carregada de ládano.
Também acredita-se que esta barba postiça continha em seu interior resina de
ládano que deixava o faraó inundando com esse perfume.
Um
dos instrumentos carregados pelo faraó era a nekhakha, um tipo de flagelo com
três vertentes. Sua forma era claramente cerimonial, mas provavelmente derivada
do ladanisterião usado para recolher o ládano dos arbustos de cisto que poderia
então ser usado na preparação de incensos, como, por exemplo, as misturas do
kyphi, antigo incenso egípcio.
O
fato é que o ládano, desde o antigo Egito, é relacionado com a espiritualidade
e representa força, poder e imponência. Seu aroma animálico e ambarado, sempre foi
muito valorizado na perfumaria principalmente por sua semelhança com o
ambar-gris das baleias e o almíscar do veado (musk). Por essas razões, é
considerado também um produto de grande poder afrodisíaco quando empregado como
perfume ou em óleos de massagem.
Da
mesma planta, pode-se obter um absoluto extraído com solvente da resina, aqui
falado e comercializado simplesmente como ládano, ou o óleo essencial obtido
pela sua destilação e vendido sob o nome de cisto. A composição de ambos é
diferente, pois muitas moléculas densas do ládano não evaporam, não indo a seu
óleo essencial. O fato é que este absoluto obtido da lavagem com solvente das
resinas coletadas com o ladanisterião, possui um aroma muito mais rico e
penetrante que o próprio óleo essencial. Fortalece
a autoestima e autoconfiança de quem o usa de forma similar ao poder que
conferia aos faraós. É considerado o aroma da transformação, pois alcança
profundamente no subconsciente memórias, sentimentos e humores que precisam ser
revistos para uma mudança radical na vida.
Tradicionalmente
foi, e ainda é usado, principalmente na região mediterrânea, para tratar
resfriados, tosse, problemas menstruais e reumatismo. Seus vapores aquecem o
pulmão, tonificam o corpo e o revitalizam em fases de fadiga.
Para
a pele é um produto cosmecêutico fantástico, pois é rico em inúmeros princípios
ativos antioxidantes como apigenina, kaempferol, ácido labdanólico, entre
outros, que lhe conferem ação antienvelhecimento. Também possui potencial
anticancerígeno, qualidades anti-inflamatórias, antimicróbicas de amplo
espectro (mata bactérias, vírus, fungos), cardioprotetoras e antialérgicas
(útil nas rinites quando inalado), além de ser relaxante do sistema nervoso
central 2,3,6,7 (ansiedade e insônia) .
Curiosamente,
o ládano é o antídoto natural nas cabras contra a doença de lyme ou Borreliose,
transmitida pela picada de carrapatos. Um estudo mostrou que sua ingestão
alivia as dores e in vitro mostrou ter uma capacidade antibacteriana
extremamente elevada contra a 4 Borrelia burgdorferi, causadora da doença .
Também mostrou potencial considerável frente a 5 leishmaniose, indicando seu
grande valor terapêutico.
Cistus
ladanifer é uma espécie de planta com flores da família Cistaceae.
Os
seus nomes comuns são esteva, xara, cerguaço, esteva-de-flor-toda-branca,
esteva-do-ládano, esteva-lada, esteva-ordinária, estevas, estevão, lada,
ládano, ledon, ládano-de-espanha, estêva, lábdano ou roselha.
É
nativa da parte ocidental da região mediterrânica, crescendo espontaneamente
desde o sul de França a Portugal e no noroeste de África. O nome do género da
esteva - Cistus - provém de os seus frutos serem cápsulas globosas com 7 a 10
compartimentos. Etimologicamente vem do grego "ciste", que significa
caixa, cesto.
É
um arbusto que atinge 1-2,5 m de altura e de largura. As folhas são
persistentes, lanceoladas, com 3–10 cm de comprimento e 1–2 cm de largura,
verde escuro na face superior e mais claro na inferior. As flores têm 5–8 cm de
diâmetro, com 5 pétalas brancas finas, normalmente com um ponto vermelho a
castanho na base de cada uma, rodeando os estames e pistilos amarelos. Toda a
planta se apresenta recoberta com um exsudado de resina aromática.
As
folhas libertam uma resina aromática, o ládano ou lábdano, usado em perfumes,
especialmente como fixador.
O
epíteto específico da esteva "ladanifer" vem do fato de ela produzir
a resina denominada ládano cuja abundância lhe permite competir com outras
espécies visto que parece inibir o crescimento destas - esta estratégia é
denominada alelopatia. A resina serve também para proteger a planta contra a
dissecação.
Fontes:
Fábián László, Wikipédia, Jardim
Autoctone.
Nenhum comentário:
Postar um comentário