A
rosa-rubra (Rosa gallica) é uma espécie de planta com flor, de forma arbustiva,
pertencente à família das rosáceas. Tem folhas geralmente com cinco folíolos
ovados ou orbiculares e flores grandes, de um tom vermelho vivo, é nativo de
grande parte da Europa e uma parte da Anatolia, cultivado como ornamental e
como medicinal. Cresce naturalmente nas Florestas Temperadas da Europa.
A
Rosa gallica é um arbusto de folha caduca, ou seja, as folhas mudam de cor no
outono, cai no inverno e só renova na primavera, as flores também brotam nessa
estação. No verão a planta cresce. As hastes tem espinhos e cerdas glandulares.
As folhas são pinadas, com três a sete folhetos verde azulado. As flores são
agrupadas em 1-4 conjunto único com cinco pétalas, e é muito perfumado. Os
quadris tem um diâmetro de 10-13 mm, seu formato é redondo à ovoide com uma cor
laranja à castanho. As cores da flor na primavera variam do branco (raro) ao
rosa, vermelho e roxo profundo. Todas as rosas do grupo Gallica só floresce uma
vez ao ano e são facilmente cultivadas.
Também
é conhecida pelos nomes de rosa-francesa, rosa-vermelha, roseira-francesa e
roseira-rubra.
A
rosa-rubra foi cultivada pela primeira vez pelos antigos gregos, romanos e
celtas á cerca de 2000 a.C., e foi muito usado em jardins na Idade Média. As
rosas rubras eram tal procuradas durante o século XVII que a realeza da época
considerava as rosas ou água de rosas como moeda legal, e era muitas vezes
usado como troca ou pagamento. Todo mundo, pobres e ricos, queria ter um jardim
de rosas vermelhas e violetas no quintal de sua casa durante a primavera e o
verão. A esposa de Napoleão, Josephine estabeleceu uma extensa coleção de rosas
no Castelo de Malmaison, uma propriedade de sete milhas à oeste de Paris em
1800. Este jardim Tornou-se o cenário para a obra de Pierre Joseph Redoute como
ilustrador botânico. Em 1824, ele completou sua coleção de aguarelas "Les
Rose," que ainda é considerado um dos melhores registos de ilustração
botânica. No século XIX, foi a espécie mais importante de rosa a ser cultivada,
e a rosa europeia mais notável no mundo. Na época antiga, medieval e
iluminista, um buquê de rosas rubras era considerado o melhor presente que
qualquer pessoa pode ganhar.
Esse
caso de amor pelo aroma de rosas não é de hoje. Fósseis encontrados apontam que
há 35 milhões de anos uma primavera trouxe o primeiro botão de rosas ao mundo.
Esta rosa selvagem tinha originalmente 5 pétalas, chamada de rosa gallica e é
considerada a planta que deu origem as demais espécies com mais pétalas, como a
rosa damascena e a rosa centifólia. Indícios apontam para a Pérsia como o local
onde o mais doce aroma tenha motivado o homem a arar a terra e dominar o seu
cultivo. Temos então um cenário onde, à partir da Pérsia, seu cultivo
estendeu-se pelo Oriente Médio e, posteriormente, pelas mãos dos Gregos, chegou
ao mediterrâneo propagando-se então pelo resto da Europa.
Mas
o que faz da rosa um aroma associado ao feminino?
Vamos
iniciar observando a planta e seus hábitos. O arbusto de rosa depende de uma
condição fundamental: umidade. Muita umidade. Umidade em forma gasosa, visto
que o solo pode ser bem drenado, sem afetar sua florada. Esta é uma condição
encontrada, por exemplo, na cidade de Grasse, situada nos Alpes Marítimos, onde
em artigo previamente publicado apontamos o ressurgimento de uma tradicional
dedicação ao cultivo de rosa centifólia.
Nessa
região da França meridional, as chuvas são escassas, mas a umidade soprada pelo
vento à partir do mar Mediterrâneo, em conjunto com condições do solo, faz dela
excepcional para o cultivo da rosa.
Outra
característica feminina é o horário em que ocorre a exalação máxima do aroma na
florada, entre 2h e 9h da manhã, sob a luz do luar. A colheita também deverá
ser iniciada antes de alvorecer, quando a lua ainda poderá exercer sua
influência com mais força.
Estas
características fazem dela, tanto na forma de óleo essencial como de absoluto,
o aroma mais yin dentre aqueles disponíveis para o Aromaterapeuta. Mesmo tendo
imagens simbólicas que associam a rosa vermelha ao fogo da paixão, suas
características são de fato refrescantes e calmantes. Desordens que tragam
sintomas físicos de calor no corpo, inflamação ou secura, são aqueles onde a
rosa poderá atuar com efetividade.
No
plano psicoespiritual, sua aplicação ganha ainda mais relevância. Na Medicina
Tradicional Chinesa existe um estado conhecido como distúrbio shen,
caracterizado por uma “confusão da alma”, manifestada em ansiedade, insônia,
manias, hipersensibilidade e dificuldade de concentração. Numa situação como
esta, o corpo e o espírito “secam”, e a rosa restaura novamente a fluidez,
harmonizando este estado psicoemocional.
O
aroma de rosas, independentemente da forma ou espécie, também encontra uma
grande utilidade em casos de pessoas com problemas associados a figura materna,
onde houve abandono ou abuso. Nesses casos, normalmente a manifestação é uma
pobre autoestima, insegurança sexual, medo de rejeição e uma grande dificuldade
em ser capaz de nutrir a si próprio. Homens com dificuldade de conexão com sua
própria energia feminina também encontram na rosa um recurso de muito valor.
No
plano simbólico e mitológico a presença da rosa remonta à divindade feminina
Ishtar, da Babilônia. A deusa grega Vênus também é associada à rosa. Em ambos
os casos, estas deusas têm no pentagrama suas representações ideográficas, que
por sua vez é associado às 5 pétalas da rosa selvagem, ou rosa gallica. Tanto a
Vênus grega como a Afrodite romana, diferentes nomes para a mesma figura
arquetípica da beleza e do amor, eram honradas em festivais que tinham a rosa
como centro do ritual.
A
tradição alquímica também reconhece as qualidade dessa flor. Os alquimistas
persas da antiguidade são tidos como os primeiros a terem destilado o óleo
essencial de rosa, nesse caso, a rosa centifolia. O símbolo da Vas Spirituale,
ou útero sagrado de onde surgiu a Pedra Filosofal, era representado pela
estilização de uma rosa vermelha (útero) com uma rosa branca (pureza) em seu
interior.
Na
tradição cristã também encontramos a associação da rosa com a Virgem Maria. As
virtudes da mãe de Cristo - pureza, perdão e compaixão - são simbolizadas por
ela, e é contado nas lendas e textos cristãos que durante as visões místicas
dos devotos perante a Virgem Maria, um inebriante aroma de rosas podia ser
sentido.
Todas
essas imagens e associações fazem por fim concluirmos que, desde sempre, o
aroma da rosa, qualquer que seja sua espécie ou forma de obtenção, é associado
a todos os tipos de amor: físico, sexual, maternal, paternal, romântico,
platônico, devocional e universal.
A
Rosa gallica, que possui uma nota aromática mais quente que a Rosa damascena,
possui um tom rubro-avermelhado em suas pétalas, sendo por isso também
conhecida como Rosa rubra ou Rosa apotecária. É um óleo essencial raro!
Michel
de Nostredame (ou o famoso Nostradamus) foi provavelmente o apotecário mais
famoso da história. Um apotecário era um antigo profissional da medicina, que
tratava doentes, fazia cirurgias, fabricava elixires, venenos, unguentos,
pomadas e outros medicamentos, algo parecido com um farmacêutico de hoje. No
princípio seus remédios não tinham base científica alguma, sendo feitos pela
mistura de vários ingredientes nada convencionais (urina de rato, aranhas
esmagadas, olhos de sapos...), mas com o tempo a profissão se tornou até mesmo
regulamentada na Inglaterra, tendo suas pesquisas contribuído para o
desenvolvimento das atuais ciências químicas e farmacêuticas.
Nostradamus
tratava as vítimas da peste com comprimidos que ele fazia com pétalas de Rosa
gallica (Rosa "Apotecária"). Ele mandava os doentes manterem sempre
os comprimidos debaixo da língua e também alegava que o medicamento das rosas
ajudava a combater o mau hálito e as cáries dentárias (talvez, pelo potencial
antibiótico inerente ao óleo presente nas pétalas das rosas). Na idade média,
os apotecários costumavam ter uma loja (chamada apoteca, ou botica, uma espécie
de farmácia) onde estocavam os preciosos ingredientes de suas receitas, bem
como os compostos preparados e prontos para venda. A Rosa gallica era um
remédio presente nas apotecas antigas.
Acalma as emoções,
especialmente em casos de depressão, mágoa, inveja, ciúme e ressentimento.
Estimula o coração e alivia a tensão nervosa e o estresse. Um óleo extremamente
feminino - proporciona à mulher sentimentos positivos em relação a si mesma.
A
rosa-rubra possui ação adstringente e cardiontônico.
O
chá desta planta traz benefícios e é indicado para o tratamento nos seguintes
casos: Resfriados; Bronquite; Gastrite; Diarreia; Depressão (calmante);
No
uso externo, o chá de rosa-rubra é empregado no tratamento de infecções
oculares, dores de garganta, feridas leves e problemas de pele; Leucorreia; Aftas
(óleo essencial); Antisséptico local; Atonia digestiva.
Como
utilizar a rosa-rubra?
Esta
planta pode ser utilizada de várias maneiras:
Chá
(infusão) de pétalas de rosa; Água de rosas; Xarope de rosas;
Mel
de rosas.
Chá
de rosa-rubra
Para
preparar o chá de rosa-rubra, basta adicionar três colheres de sopa da planta a
½ litro de água. Assim que a água alcançar fervura, desligue o fogo. Tampe o
recipiente e deixe a solução abafada por cerca de 10 minutos. Após esse
período, é só coar e beber. A indicação de consumo é de duas a três xícaras do
chá ao dia.
Para
tratar afecções da garganta e da boca, a indicação é fazer gargarejos, com a
medida de 6 gramas da planta em um copo de água fervente.
Contraindicações
Nenhuma
contraindicação foi encontrada na literatura consultada, mas lembre-se sempre
de consultar um especialista antes de iniciar um tratamento com qualquer
medicamento, ainda que natural.
Fontes:
Wikipédia, Terra-flor, Laszlo, remédio-caseiro.com.
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