Nome
Botânico: Ilex Paraguariensis
Origem:
Brasil
Parte
da Planta: Folha
Forma
de Extração: Via solvente
A
erva-mate (Ilex paraguariensis), também chamada mate ou congonha, é uma árvore
da família das aquifoliáceas, originária da região subtropical da América do
Sul. É consumida como chá (quente ou gelado), chimarrão ou tereré no Brasil, no
Paraguai, na Argentina, no Uruguai, na Bolívia e no Chile.
"Mate"
deriva do termo quéchua mati, que designa o recipiente onde é bebido o
chimarrão. "Congonha" deriva do tupi kõ'gõi, que significa "o
que mantém o ser".
O
nome científico Ilex paraguariensis foi dado em 1820 pelo botânico francês
Auguste de Saint-Hilaire após entrar em contato com a planta pela primeira vez
no Paraguai. Depois de descobrir que era na região do Paraná que a erva crescia
em maior quantidade e qualidade, ele se retratou dizendo que deveria tê-la
nomeado Ilex brasiliensis.
Pode
atingir doze metros de altura. Tem caule cinza, folhas ovais e fruto pequeno e
verde ou vermelho-arroxeado. As plantas só se reproduziam por meio de pássaros
da região, que ingeriam o pequeno fruto e defecavam sua semente já
escarificada. A plântula é muito sensível ao sol, tanto que, mesmo no plantio
moderno, a técnica exige sombreamento até que a planta atinja alguma
maturidade.
Atualmente,
existem viveiros que produzem mudas de variedades selecionadas, cujo plantio é
feito com técnicas especiais em grandes hortos. Para facilitar a colheita anual
dos ramos, a árvore é severamente podada para manter-se com não mais de três
metros de altura. Dessa forma, evitam-se plantas altas que dificultem a
colheita das folhas jovens, consideradas nobres na infusão do chá-mate. Outra
prática bastante popular no planalto curitibano, habitat original da erva-mate,
é conciliar o plantio da araucária com o da erva-mate. Técnicas como
essas
são comuns para um controle ambiental mais rígido e para evitar o desgaste do
solo.
Até
meados do século XX, o processo de produção, no Brasil, era semelhante ao
método indígena para a obtenção do produto final, sendo as etapas divididas em
corte, sapeco (chamuscamento) e secagem. Quanto à secagem, existem duas formas:
-
o carijo, utilizando uma espécie de estrado, feito de varas e cipó, nos quais
se colocavam as folhas, as quais deveriam secar durante 10 dias sobre um
braseiro;
-
o barbaquá, uma elaboração adaptada para uma maior produção, exigindo maiores
investimentos do empresário, muito utilizado a partir do século XX. Neste
processo, as folhas secavam com o calor transportado através de um túnel de
alvenaria, sendo a fumaça desviada para que a mesma não deixasse gosto e cheiro
na folha.
Por
fim, ocorre o cancheamento (picotamento) e a separação das folhas.
Os
guaranis da região nordeste da Argentina parecem ter sido os descobridores do
uso da erva-mate. No século 16, os guaranis passaram este conhecimento aos
colonizadores espanhóis, que o disseminaram por todo o Vice-Reino do Rio da
Prata. A erva chegou a ser proibida no sul do Brasil durante o século XVI,
sendo considerada "erva do diabo" pelos padres jesuítas das reduções
do Guayrá. A partir do século XVII, no entanto, os jesuítas passaram a
incentivar o seu uso pelos índios com o objetivo de afastá-los das bebidas
alcoólicas.
Por
volta de 1690, Anton Sepp, jesuíta austríaco, ao encontrar índios na Banda dos
Charruas, conta: "(...) um deles pediu apenas um pouquinho de uma erva
paraguaia que não é outra coisa senão as folhas secas de determinada árvore,
moídas em pó. Esse pó os índios deitam na água e dele bebem (...)" Sabe-se
assim que para além da utilização da erva-mate em folha também existe a sua
utilização em pó (resultado da moagem da folha).
Em
viagem ao sul do Brasil, o viajante e médico alemão Roberto Avé-Lallemant relatou,
em meados de 1858: "É o mate a saudação da chegada, o símbolo da
hospitalidade, o sinal da reconciliação. Tudo o que em nossa civilização se
compreende como amor, amizade, estima e sacrifício, tudo o que é elevado e bom
impulso da alma humana, do coração, tudo está entretecido e entrelaçado com o
ato de preparar o mate, servi-lo e tomá-lo em comum."
No
século XIX, o Paraguai se isolou dos outros países, proibindo a exportação de
erva-mate para fora do país. Isto fez a Argentina e o Uruguai substituírem a
erva-mate importada paraguaia pela brasileira, desenvolvendo, desta forma, o
cultivo e o beneficiamento da planta em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do
Sul.
Estudos
detectaram a presença de muitas vitaminas, como as do complexo B, a vitamina C
e a vitamina D e sais minerais, como cálcio, manganês e potássio. Combate os
radicais livres. Auxilia na digestão e produz efeitos antirreumático,
diurético, estimulante e laxante. Não é indicado para pessoas que sofrem de
insônia e nervosismo, pois é estimulante natural. Contém saponina, que é um dos
componentes da testosterona, razão pela qual melhora a libido. Pode ser usada
verde ou tostada, no preparo de chás e chimarrão. Misturada com extrato de
maracujá, pode ser usada como bebida quente ou gelada.
Existe
uma errônea afirmação de que a erva-mate possui um efeito negativo no
desempenho sexual masculino: todavia, na verdade a Ilex paraguariensis possui
um forte poder afrodisíaco, sendo ingerido para combater a infertilidade e a
impotência.
Análises
e estudos sobre a erva-mate têm revelado uma composição que identifica diversas
propriedades benéficas ao ser humano, pois estão contidos nas folhas da
erva-mate alcaloides (cafeína, teofilina, teobromina etc.), ácidos fólicos e
cafeico (taninos), vitaminas (A, B1, B2, C, e E), sais minerais
(alumínio[13][14][15], ferro, fósforo, cálcio, magnésio, manganês e potássio),
proteínas (aminoácidos essenciais), glicídeos (frutose, glucose, sacarose
etc.), lipídios (óleos essenciais e substâncias ceráceas), além de celulose,
dextrina, sacarina e gomas.
O
consumo da erva-mate está relacionado também ao poder que ela tem de estimular
a atividade física e mental, atuando beneficamente sobre os nervos e músculos,
combatendo a fadiga, proporcionando a sensação de saciedade, sem provocar
efeitos colaterais como insônia e irritabilidade (apenas pessoas sensíveis aos
estimulantes contidos na erva-mate podem sofrer algum efeito colateral). A erva
também atua sobre a circulação, acelerando o ritmo cardíaco e harmonizando o
funcionamento bulbo medular. Age sobre o tubo digestivo, facilitando a digestão
sendo diurética e laxativa. É considerada ainda um ótimo remédio para a pele e
reguladora das funções cardíacas e respiratórias, além de exercer importante papel
na regeneração celular.
Fontes:
Wikipédia, Laszlo.
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